quarta-feira, 24 de setembro de 2014

IX JORNADA NACIONAL DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA DA LÍNGUA PORTUGUESA - CEFIFIL

IX JORNADA NACIONAL DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA
DA LÍNGUA PORTUGUESA -


REALIZAÇÃO: CEFIFIL
INSTITUIÇÃO PARCEIRA: FEUC/FIC

COORDENAÇÃO DO CURSO DE LETRAS
NÚCLEO DE ESTUDOS DA LINGUAGEM POETA PRIMITIVO PAES

Dando cumprimento à Lei Nº 11.310, de 12 de junho de 2006, que instituiu o "Dia Nacional da Língua Portuguesa, o Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticoscriou a Jornada Nacional de Linguística e Filologia da Língua Portuguesa, na qual esta será estudada e divulgada em todos os aspectos em que dela se trate linguística e/ou filologicamente em suas diversas especialidades.
Os detalhes de sua extensão serão aprimorados a partir de encontros e convênios com as diversas instituições públicas e particulares que desejarem integrar esta celebração de nosso idioma, entre as quais estará a Universidade Veiga de Almeida, esperando contar com as outras faculdades e institutos de Letras que participaram nos anos anteriores e com todas as outras que tenham interesses semelhantes.
Estamos aguardando a confirmação das instituições que já se mostraram interessadas em participar dessa festa em louvor da língua portuguesa, assim como esperamos a manifestação das que ainda não se decidiram, em todas as Unidades da Federação.
O Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos fará o contato entre as diversas instituições que a ele se unirem e fornecerá os certificados de participação e frequência para todos os que se inscreverem até o dia 02 de novembro, assim como publicará o livro de resumos e os textos completos em DVD e na Internet.
O endereço eletrônico para contato será eventos@filologia.org.br e o telefone será (21) 2569-0276. A Universidade Veiga de Almeida (Rua Ibituruna, 108 - Maracanã - Rio de Janeiro - RJ) será a instituição acadêmica de ensino superior de Letras que servirá de núcleo principal do evento, onde deverão ocorrer minicursos, palestras, conferências, comunicações, painéis e sessão de lançamentos e autógrafos.
A estrutura e demais detalhes do evento serão disponibilizados na página virtual da IX Jornada à proporção que se definirem em cada instituição que a ele aderir.
ATENÇÃO:  Os participantes que não se inscreverem pela página da jornada não receberão o Certificado do CiFEFiL, mas poderão solicitá-lo da instituição em que participarem, através do Coordenador Local, no próprio dia do evento.


ESTRUTURA BÁSICA DO EVENTO
A programação deverá ser adaptada à realidade de cada instituição envolvida no evento, pois a IX Jornada Nacional de Linguística e Filologia da Língua Portuguesa ocorrerá simultaneamente em diversas unidades acadêmicas em todo o Brasil. Deste modo, será bastante produtiva a maior interação possível entre as instituições que atuam em regiões próximas, de maneira que os palestristas e conferencistas priorizem a apresentação fora de seu local de trabalho docente.
Caso pretenda apresentar trabalho, envie sua proposta (palestra, conferência, minicurso, comunicação, lançamento de livro etc.), com um resumo de 100 a 300 palavras, em anexo de e-mail, para eventos@filologia.org.br logo que puder. E, se a sua instituição ainda não tiver aderido ao evento, entre em contato conosco para que possamos facilitar isto para vocês. 




1.      
Os resumos devem ter de 100 a 300 palavras, precedidos dos títulos.

2.     
Para ver as instruções específicas relativas à preparação dos pôsteres CLIQUE AQUI.

3.    
Os trabalhos completos devem seguir estas normas:

a.      Os originais devem ser digitados em Word para Windows;
b.     Configuração da página: A-5 (148 X 210 mm) e margens de 25 mm em todos os lados;
c.      Fonte Times New Roman, tamanho 10 para o texto e tamanho 8 para citações e notas;
d.     Parágrafo com alinhamento justificado e com espaçamento simples;
e.      Recuo de 10 mm para a primeira linha dos parágrafos;
f.       Mínimo de 06 e máximo de 12 páginas (com tolerâncias mínimasdesde que suficientemente justificadas)
g.     As referências bibliográficas devem ser incluídas no corpo o texto, de forma reduzida, indicando o nome do autorano da publicação e páginacomo porexemplo (BECHARA, 2001, p. 387)
h.     As demais notas devem ser resumidas e editadas como notas de rodapé;
i.       A bibliografia deve ser colocada ao final do texto, seguindo as normas da ABNT.
j.       Quando indispensável usar figuras ou fontes especiais, indicar o programa em que a figuras foram geradas e enviar o arquivo de fontes para ser instaladas em nosso computador.

4.          
Os trabalhos completos devem ser enviados para eventos@filologia.org.br ou entregues à Coordenação do Congresso, em CD-RW, no dia da apresentação do trabalho, com identificação externa.
5.         
Todas as situações excepcionais deverão ser estabelecidas em acordo com o Coordenador, pessoalmente, ou por telefone.



NORMAS PARA ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE PÔSTER

NA SESSÃO DE PAINÉIS




Normas gerais
1) 
pôster deve ser confeccionado apenas depois que o trabalho obtiver a resposta de aceitação pela Coordenação do Congresso.
2) 
Tamanho do pôsterLargura: de 70cm (no máximo); Altura: de 1,20m (no máximo).
3) 
autor deverá fixar o pôster antes do início da sessãoque começará às doze horas.

Atenção

5) 
No mínimo um dos autores do trabalho deverá permanecer junto ao pôsterdurante todo o tempo da Sessãopara responder as questões dos interessados. Portanto, se o mesmo autor inscrever dois trabalhos, terá de apresentar um em cada dia.
6) 
No final da Sessão será entregue no local de cada pôster o atestado de apresentação do trabalho ao autor / apresentador.
7)
 É obrigatório que o título do trabalho no pôster seja o mesmo do título do resumo enviado à Coordenação do Congresso.
8) 
É proibida a apresentação:
a) por terceiros (não autores), oral ou por equipamentos eletrônicos;
b) de trabalhos impressos em folhas soltassem características de um pôster;
c) com retroprojetor, computadormicrofone e outros equipamentos;
d) com aparelhos e instrumentos sonoros que interfiram na comunicação dos autores da sessão.

Sobre o pôster

9) 
No pôster deve constartítulo do trabalhonome(s) do(s) autor(es) e do orientadordepartamento / instituição do(s) autor(es), cidade / estado e os dados da pesquisa;identificartrabalho de IC e agência de fomento, se for o caso.
10) 
Usar fonte (letrassimples e com tamanho que permita a leitura rápida e a dois metros de distância.
11) 
Utilizar o mínimo de texto e o máximo de figurasfotostabelasgráficos e esquemas possíveis.
12) 
Organizar as informações de modo que as idéias centrais do trabalho sejam facilmente apreendidas e utilizar todos os recursos disponíveis para o pôster despertar o interesse do público.
13) 
Para cada trabalho estará reservado no dia de sua apresentaçãoum painel para fixação.
14) 
Todos os painéis terão um "ganchopara pendurar o pôster com cordão.
Seguiremos, em princípio, as normas da SBPC, cujos modelos podem ser vistos abaixo:

ENADE - QUESTÃO 21 - Conteúdo avaliado: Ensino da redação ontem e hoje * Autora: Marisa Magnus Smith

QUESTÃO 21

Desde o final da década de 1970, começou um forte questionamento sobre a validade do ensino 
da redação como um mero exercício escolar, cujos objetivos principais seriam observar e apontar, 
através de uma correção quase estritamente gramatical, os “erros” cometidos pelos alunos. (...) Os 
alunos exercitariam uma forma escrita que raramente dialoga com outros textos e com vários leitores.
BUNZEN, C. Da era da composição à era dos gêneros: reflexões sobre o ensino de 
produção de texto no ensino médio.I In BUNZEN, C., MENDONÇA, M. (Orgs.). Português 
no ensino médio e a formação do professor. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. p. 147.
Considerando o texto acima e a prática de redação em ambiente escolar, assinale a opção correta.
A. A moderna pedagogia linguística recomenda a prática da redação como estratégia de avaliação.
B. A redação escolar tem mantido identidade com outros gêneros textuais divulgados na escola.
C. É salutar que a produção de textos na escola abranja outras esferas da comunicação humana.
D. Nas produções de textos escolares, a função referencial da linguagem deve sempre ser 
priorizada como propósito comunicativo.
E. A redação escolar deve ser um exercício de escrita direcionado ao professor leitor.


* Gabarito: C
* Tipo de questão: Escolha simples, com indicação da alternativa correta
* Conteúdo avaliado: Ensino da redação ontem e hoje
* Autora: Marisa Magnus Smith 
Comentário:
O tema abordado nesta questão é indispensável em um exame para futuros professores 
de Letras. Há décadas, já, entende-se que o exercício da escrita – ao lado das demais atividades 
comunicativas básica: ler, ouvir, falar – deve ser o fundamento de toda pedagogia relacionada ao 
ensino de línguas. Além disso, o tratamento dado pelo professor aos textos dos alunos também é de 
suma importância e traz para o estudante, em sua relação com a escrita, repercussões cognitivas, 
afetivas, sociais e culturais, entre outras.
O texto-base da questão refere-se exatamente a este tratamento, lembrando que até os últimos 
anos da década 1970 o texto elaborado em aula era considerado sobretudo como exercício escolar, 
ao qual se aplicava uma correção gramatical, privilegiando o modelo formal e desconsiderando-se as 
múltiplas variações que a língua em uso possibilita produzir.

Trata-se de um texto, como se disse, que se relaciona a um momento específico do passado.
Quanto ao enunciado, esse associa o texto que o precede à “prática de redação em ambiente 
escolar”, sem elucidar em que condições ela deve ser considerada. Até aí, portanto, o estudante 
conta com as informações do texto-base e com um problema que ele não identifica exatamente qual 
é – o que contraria uma regra básica na elaboração de itens objetivos de avaliação que já MARELIM 
VIANNA, em 1976, postulava: o enunciado deve conter todas as informações necessárias para a 
resolução do problema. 
Essas informações somente serão elucidadas nas alternativas, como se observa na análise a seguir:
A) Esta alternativa será descartada como incorreta SE o estudante perceber, nas entrelinhas 
do texto-base, uma crítica ao modelo de ensino vigente até o final da década de 1970, com base 
em seu conhecimento de mundo e nas modernas teorias de ensino de redação que viu no curso de 
letras e SE atentar para as marcas discursivas do texto, tais como “mero exercício escolar”, “correção 
estritamente gramatical”, “’erros´ cometidos pelos alunos”. Feito isso, ele perceberá a contradição 
entre “moderna pedagogia linguística” (ou seja, distante daquela de 1970) e “redação como estratégia 
de avaliação” (a praticada em 1970).
B) Nesta afirmativa, encontramos problemas, decorrentes das expressões “tem mantido”, 
“identidade” e “gêneros textuais divulgados na escola”. A primeira não delimita um período de tempo, 
podendo se estender à década de 1970 ou não. A segunda é ambígua: o que significa “manter a 
identidade”? Já a terceira permite várias leituras: refere-se a gêneros variados, que são adequadamente 
explorados no âmbito da escola, aí incluídas as aulas de redação? Neste caso, “manter a identidade” 
pode expressar a ideia de que a redação escolar venha sendo praticada a partir da leitura de vários 
gêneros! Mas também poderia se tratar de “gêneros escolares”, tantas vezes criticados por serem 
apenas escritos na/para a escola, e não servirem para a vida... Complicado, portanto, decidir pelo 
acerto ou erro da afirmativa.
C) Esta parece ser a mais adequada, porque permite entender “outras esferas da comunicação 
humana” como espaços de circulação de textos de diferentes gêneros.
D) A palavra “sempre” – que contraria básicas orientações para elaboração de questões objetivas 
– já sinaliza que a afirmativa está equivocada. O que se questiona, aqui, é a pertinência de incluir o 
conteúdo “função referencial da linguagem” – um tanto incompatível com o contexto da questão, já que 
não se relaciona com o texto, tampouco com o enunciado e, muito menos, com as alternativas.

E) Quanto a esta afirmativa, concordamos com a ideia de que a redação escolar deva ser 
um exercício de escrita (não um “exercício escolar”) e que, como todo texto, deve ter em mente um 
leitor – real ou presumido. O “professor leitor” será o primeiro e imediato leitor – mesmo que o texto 
elaborado em aula simule ter outro objetivo ou função, como um artigo para jornal, uma resenha, 
um texto publicitário, por exemplo. Portanto, entendemos que a afirmativa de (E) não pode ser 
considerada como inteiramente errada.
Em conclusão, retoma-se a ideia primeira: o tema é fundamental para o Exame; a abordagem, 
porém, deixa a desejar.

Referência:

VIANNA, H. Marelim. Testes em educação. São Paulo: IBRASA; Rio de Janeiro: FENAME, 1976.

ENADE - QUESTÃO 20 -Conteúdo avaliado: Sintaxe de concordância; concordância ideológica (sínese/silepse). * Autores: Antônio Dalpicol e Gilberto Scarton

QUESTÃO 20
De ordinário, quando se diz que certo termo deve concordar com outro, tem-se em vista a
forma gramatical do termo de referência. Dúzia, povo, embora exprimam pluralidade e multidão de
seres, consideram-se, por causa da forma, como nomes no singular. Há, contudo, condições em
que se despreza o critério da forma e, atendendo apenas à ideia representada pela palavra, se faz a
concordância com aquilo que se tem em mente. Consiste a sínese em fazer a concordância de uma
palavra não diretamente com outra palavra, mas com a ideia que esta última sugere.

SAID ALI, M. Gramática histórica da língua portuguesa. 7. ed. Rio de Janeiro:
Melhoramentos, 1971(com adaptações).

A definição extraída de Said Ali, reproduzida acima, apresenta uma figura de sintaxe, a sínese,
identificada, na maioria das vezes, em variantes mais populares da língua. Assinale a opção que
apresenta um exemplo desse tipo de fenômeno sintático.
A. A maioria dos porcos ainda estava sendo recolhidos naquela hora.
B. Ao pobre homem mesquinho, basta-lhe um burrico e uma cangalha.
C. Chegaram o pai, a irmã e o cunhado com uma pressa que assustava.
D. Pretendia implantar um monopólio exclusivo de café e tabaco na região.
E. No fundo, a multidão se consolava. Para isso, pensavam em nós mesmos.
* Gabarito: E
* Tipo de questão: Escolha simples, com indicação da alternativa correta
* Conteúdo avaliado: Sintaxe de concordância; concordância ideológica (sínese/silepse).
* Autores: Antônio Dalpicol e Gilberto Scarton

Comentário:
Há três tipos de concordância facilmente distinguíveis em língua portuguesa: concordância gramatical
ou lógica; concordância por atração ou influência; e concordância ideológica (silepse ou sínese).
A concordância gramatical ou lógica é aquela que se estabelece entre o verbo e a forma do(s)
núcleo(s) do sujeito (concordância verbal); e entre o substantivo e seus determinantes (concordância
nominal). É o tipo de concordância que segue a regra geral: na verbal, o verbo concorda com o
sujeito em número e pessoa; na nominal, os modificadores/determinantes (artigo, numeral, adjetivo,
pronome) concordam com o substantivo em gênero e número.
Exemplos:
1. Verbal – A apreensão e o pânico apertaram-lhe a garganta.
O verbo “apertaram” concorda com o sujeito composto “a apreensão e o pânico” em
número e pessoa.
2. Nominal – Usava barba e cabelo compridos.
O adjetivo “compridos” concorda com os substantivos “barba e cabelo”. Note-se que, havendo
substantivos de gêneros diferentes, a concordância se faz no masculino plural.
A concordância por atração ou influência é a que se estabelece com apenas um núcleo de
um sujeito composto ou com outro elemento que não seja o núcleo (na concordância verbal); ou com
apenas um núcleo do substantivo composto (na concordância nominal).

Exemplos:
1. Verbal – Apertou-lhe a garganta a apreensão e o pânico.
– O verbo “apertou” está no singular por concordar com o termo mais próximo do sujeito
composto, “a apreensão”.
2. Nominal – Usava barba e cabelo comprido.
– O adjetivo “comprido” está no singular (masculino) por concordar com o termo mais
próximo, “cabelo”.
A concordância ideológica (sínese ou silepse) é a concordância que se dá com a ideia que a
palavra nuclear sugere, e não com a forma gramatical desta.
A sínese, referida na questão em comento, mais comumente denominada de silepse, atém-se
mais ao sentido do que ao rigor gramatical; é, portanto, uma construção sintática em que se privilegia
o sentido em detrimento da forma. Apresenta-se através de três estruturas:
Silepse de número – Aquela gente gritava transtornada. Pareciam enfurecidos por algo que
não podiam determinar.
– O sujeito “aquela gente” está na forma singular, mas transmite uma “ideia” plural (coletiva); por
isso, na sequência, há uma concordância plural – “pareciam enfurecidos ... podiam”.
Silepse de gênero – Sua Senhoria era empreendedor e amigo de todos.
– O pronome de tratamento “Sua Senhoria” apresenta forma gramatical feminina, no entanto
concorda no masculino “empreendedor/amigo” por se referir a um elemento masculino.
Silepse de pessoa – Os professores de Letras da PUCRS sempre respeitamos os acordos
ortográficos.
– Numa relação lógica, o sujeito “os professores” concordaria com o verbo na terceira pessoa
do plural, “respeitam”; no exemplo, porém, o verbo está na primeira pessoa do plural, “respeitamos”.
Isso acontece pelo fato de o enunciador se incluir na ação, o que indica que ele também é professor
de Letras da PUCRS.
Com base no exposto, analisam-se as alternativas de resposta para a questão 20:
A) Concordância gramatical ou lógica: o verbo “estava” concorda com o núcleo do sujeito
“maioria”. O particípio “recolhidos”, por sua vez, concorda, por influência da forma plural, com o
adjunto do sujeito “porcos”.
B) Concordância por atração: na oração “basta-lhe um burrico e uma cangalha”, o verbo
“basta” concorda com “um burrico”, por ser o termo mais próximo.
C) Concordância gramatical ou lógica: o verbo está no plural – “chegaram” –, concordando
com o sujeito composto “o pai, a irmã e o cunhado”.
D) Concordância gramatical ou lógica: o substantivo “monopólio”, masculino/singular,
apresenta os determinantes “um/exclusivo” também no mesmo gênero e no mesmo número.
E) Concordância ideológica/sínese/silepse: o sujeito “a multidão” apresenta forma singular;
no entanto, transmite uma ideia plural/coletiva. Assim, na sequência, temos o verbo no plural –
“pensavam”. Esta é, portanto, a concordância solicitada no enunciado da questão.

Referência:
LIMA, Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa. 30. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972.

ENADE - QUESTÃO 19 - onteúdos avaliados: Norma padrão; vícios de linguagem; pleonasmo; uso do gerúndio * Autora: Marisa Magnus Smith

QUESTÃO 19
No meio do meu descanso, toca o telefone: “Boa tarde, senhor. Aqui é da Mega Plus
International, que, por sua boa relação como cliente, vai estar disponibilizando, totalmente grátis,
sem nenhum custo adicional, o Ultra Mega Plus Card, com todas as vantagens do programa especial
Mega Plus Services. Vai estar também oferecendo...” Pronto, já me perdi no gerúndio desnecessário
dela. Respondo: “Obrigado pela oferta, mas não vou estar querendo, já tenho outro” “Mas, senhor...”,
insiste a atendente, “que vantagens o seu cartão já oferece?” Respondo: “Não oferece vantagem
nenhuma, mas o que rola entre a gente é uma relação sem interesse, é só amor mesmo...sabe
aquele não querer mais que bem querer de Camões. A atendente de telemarketing se despede, mas
não sem antes rir do outro lado da linha.
Disponível em: . Acesso em: 03 ago. 2011( com adaptações).
Em casos como o do texto acima, o uso do gerúndio constitui mais o que a descrição tradicional
chamaria de vício de linguagem do que propriamente uso incorreto do ponto de vista da norma padrão.
Dessa forma, esse uso fere mais aspectos estilísticos que estruturais da norma. Nessa perspectiva,
assinale a opção em que o enunciado apresenta o mesmo tipo de inadequação linguística.
A. O Mário, ele vive dizendo que não gosta de ir ao cinema.
B. Você sabe que tenho ainda todas as tuas anotações do caso.
C. Eu, naquele momento de susto, se senti confuso e atordoado.
D. Pediu para que seje visto o caso com maior atenção possível.
E. A vítima do estrupo deu queixas na delegacia de sua cidade.

* Gabarito: A
* Tipo de questão: Escolha simples, com indicação da alternativa correta
* Conteúdos avaliados: Norma padrão; vícios de linguagem; pleonasmo; uso do gerúndio
* Autora: Marisa Magnus Smith



ENADE - QUESTÃO 18 - Conteúdo avaliado: A leitura da literatura. * Autora: Maria Tereza Amodeo

QUESTÃO 18
Texto I
[...] na leitura — e essa é a primeira reflexão que quero fazer — de qualquer obra literária, de
qualquer texto que tenha por base a intensificação de valores — daquilo que chamamos de
uma ou outra maneira aproximada de valores literários —, existe sempre, como dizia o grande
crítico canadense recentemente falecido, Northrop Frye, a necessidade de conhecimento
de duas linguagens. Segundo ele, na leitura de qualquer poema, “é preciso conhecer duas
linguagens: a língua em que o poeta está escrevendo e a linguagem da própria poesia”.
[...] a literatura nunca é apenas literatura; o que lemos como literatura é sempre mais — é
História, Psicologia, Sociologia. Há sempre mais que literatura na literatura. No entanto,
esses elementos ou níveis de representação da realidade são dados na literatura pela
literatura, pela eficácia da linguagem literária.
Texto II
Fatores linguísticos, culturais, ideológicos, por exemplo, contribuem para modular a relação
do leitor com o texto, num arco extenso que pode ir desde a rejeição ou incompreensão mais absoluta
até a adesão incondicional. Também conta a familiaridade que o leitor tem com o gênero literário,
que igualmente pode regular o grau de exigência e de ingenuidade, de afastamento ou aproximação.
Considerando os textos acima, é correto afirmar que os professores:

A. devem privilegiar, no ensino médio, o estudo de obras da literatura brasileira e portuguesa, a
fim de preparar os alunos para o ingresso profissional na universidade.
B. devem adotar, no ensino médio, metodologias que privilegiam a história da literatura, porque
elas incorporam contextos socioculturais que favorecem a compreensão da linguagem literária.
C. devem privilegiar o estudo de obras que se ajustam às necessidades programáticas tanto da
Língua Portuguesa quanto das demais disciplinas da estrutura curricular, enfatizando a função
didático-pedagógica da literatura e de outros códigos e linguagens.
D. devem buscar a adequação de obras literárias a serem lidas, tomando como referência a idade
dos alunos, a motivação e, ainda, o conteúdo programático a ser ministrado, favorecendo a
interação entre língua e literatura.
E. devem adotar metodologias que privilegiam o contato direto com o texto literário e reflexões
acerca das relações que o texto estabelece com outras áreas do conhecimento e com outros
códigos e linguagens.

* Gabarito: E
* Tipo de questão: Escolha simples, com indicação da alternativa correta.
* Conteúdo avaliado: A leitura da literatura.
* Autora: Maria Tereza Amodeo
Comentário:
As alternativas incorretas são A, B, C e D, pelas razões que seguem:
1. Apresenta referências ao ensino médio, às literaturas brasileira e portuguesa
e à vinculação da leitura da literatura ao ingresso da universidade – ideias não
mencionadas, nem mesmo sugeridas nos textos I e II.
2. Do mesmo modo, esta alternativa faz referência ao ensino médio. Além disso,
nenhuma das citações vincula metodologia de ensino à história da literatura, por
incorporarem contextos culturais – que não têm necessariamente a função de
favorecer a compreensão da linguagem literária.
3. Apesar de o Texto I ressaltar o caráter interdisciplinar da literatura, não há qualquer
reflexão acerca da vinculação entre estudo de obras literárias e programas de ensino
das diferentes disciplinas, muito menos em relação ao caráter didático-pedagógico da
literatura, o que se contrapõe à sua especificidade, já que se trata de arte.
4. Embora as considerações presentes na alternativa D possam ser relevantes no que diz
respeito à metodologia de ensino da literatura – a relação entre idade dos estudantes,
programas e obras literárias –, os textos apresentados não fazem menção a essa questão.
Analisando a alternativa correta (E), observa-se que a ideia de que as metodologias de ensino
devam privilegiar o contato com os textos literários, propriamente ditos, encontra ressonância na
reflexão do texto I, de que é por meio da “leitura” que se toma conhecimento do literário, daquela
realidade que o texto constrói. Além disso, esta alternativa retoma a proposição do texto I, de que
“a literatura é sempre mais” que ela mesma, estabelecendo, assim, “relações com outras áreas do
conhecimento e com outros códigos e linguagens – ideia também sugerida no texto II, que relaciona
o texto literário a “fatores linguísticos, culturais, ideológicos”.

Enade: fator de qualidade do curso e do diploma

Enade: fator de qualidade do curso e do diploma


Obrigatório aos formandos, exame do Ministério da Educação representa 70% da nota final do conceito de cursos
Por Gian Cornachiniemfoco@feuc.br
O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), parte do Sistema Nacional de Avaliações da Educação Superior (Sinaes), acontece este ano no dia 23 de novembro. Como o próprio nome diz, o Exame tem o objetivo de mensurar o desempenho dos alunos de graduação em relação a todo o conteúdo e competências previstas para a sua formação. O comparecimento à avaliação é obrigatório para os alunos que se formam no semestre em que o Enade é aplicado e, também, para os que concluirão o curso em até 6 meses depois do exame. A prova não é classificatória nem eliminatória — ou seja: mesmo que o estudante tire zero ou entregue a prova em branco, ele não será impedido de colar grau. Porém, como a nota do Enade é um dos pontos que compõem o Conceito Preliminar de Curso (CPC) — que também engloba a avaliação do corpo docente da instituição de ensino, da infraestrutura e dos recursos didático-pedagógicos, entre outros — um desempenho ruim do aluno na prova jogará para baixo a nota do curso em que ele estará se formando. O Enade representa 70% da nota final do CPC (que varia de 1 a 5), e para um curso ser oferecido normalmente ele precisa ter conceito a partir de 3.
Importância da boa prova
Segundo a professora Arlene da Fonseca Figueira, Diretora de Ensino da FEUC, o Enade é, além de um instrumento de avaliação do MEC, um certificado de qualidade do diploma do estudante: “Se você está em uma faculdade que tem um bom desempenho, seu currículo está à frente daquele que não tem”, afirma Arlene.
Maria Licia: "Queremos que os estudantes se esforcem para manter esse 4". (Foto: Gian Cornachini)
Maria Licia: “Queremos que os estudantes se esforcem para manter esse 4″. (Foto: Gian Cornachini)
No entanto, nem sempre os estudantes encaram o Enade dessa maneira. De acordo com Maria Lícia Torres, coordenadora do curso de Pedagogia das FIC, no mesmo dia do Enade de 2011 houve uma prova de concurso público que interessou aos alunos, e a maioria dos estudantes optou por apenas assinar o nome na avaliação, entregá-la incompleta e partir para a prova do concurso. Isso impactou diretamente no conceito de Pedagogia, conferindo-lhe a nota 2 e impossibilitando a abertura de vestibular para novas turmas. “Nós pedimos uma reavaliação do curso, e uma comissão do MEC veio à FEUC para verificá-lo de perto. Revimos todo o nosso projeto pedagógico e a bibliografia básica, e fizemos mais investimentos. Fomos além das exigências do MEC, e a consequência foi o novo conceito 4”, explica Maria Lícia. “Queremos que os estudantes se esforcem para manter esse 4, porque a qualidade do certificado deles depende de uma boa prova”, completa ela.
A Licenciatura em Computação das FIC também passou pelo mesmo problema no último Enade das licenciaturas, que aconteceu em 2011. O professor Rodrigo Neves, coordenador dos cursos de informática das FIC, conta que, na ocasião, os estudantes não se dedicaram à prova, e o curso foi rebaixado para o conceito 2. Após uma visita do MEC para a reavaliação, foi notada a qualidade da estrutura das FIC para oferecer a graduação, e mais um curso recebeu a nota 4. “Agora, é importante mantermos a nota, porque o curso de Licenciatura em Informática tem pouca disponibilidade em nossa região, não existe em todas as faculdades, e é importante se manter como uma referência”, afirma o professor Rodrigo.
Já o curso de Ciências Sociais das FIC teve uma ótima surpresa após o último Enade. Segundo a professora Célia Neves, coordenadora do curso, a turma avaliada no exame era bastante aplicada e interessada em valorizar o diploma, e a dedicação dos estudantes, somada à estrutura das FIC, rendeu a nota 4 ao curso, conferindo-lhe o posto de segunda melhor licenciatura em Ciências Sociais do Rio de Janeiro, atrás apenas da PUC-Rio. “Hoje a titulação do nosso corpo docente é melhor do que era em 2014. Os aspectos que dependem exclusivamente da instituição estão em um grau superior a 2011. E a turma deste ano está à altura de fazer uma excelente avaliação, o que me faz acreditar que manteremos nosso 4 ou garantiremos a nota 5”, pondera a professora.
Preparativos para o Enade
Desde o começo do ano, e mais intensificamente a partir de agosto, todos os cursos das FIC — exceto o Bacharelado em Administração (que ainda não está em fase de avaliação) — estão trabalhando para garantir que os estudantes tenham suporte para se destacarem na avaliação. O curso de Matemática, por exemplo, lançou em março, no YouTube, o canal “FEUCMAT”, onde vídeos são postados com as resoluções e comentários de questões dos Enades anteriores, sempre com o objetivo de focar na avaliação e, também, treinar os estudantes para serem futuros professores. Leandro de Sousa Martins, de 20 anos, que está no 6º período do curso, foi o primeiro aluno a gravar um vídeo para o canal. O jovem aprovou a atividade e a oportunidade de aprender ao mesmo tempo em que ensina: “Além de a gente desenvolver essas habilidades de professor, temos que estudar muito, porque as questões são rebuscadas e o nível da prova é elevado”, avalia Leandro.
Curso de Matemática cria canal no YouTube com resoluções de questões do Enade. (Imagem: Reprodução da Internet)
Curso de Matemática cria canal no YouTube com resoluções de questões do Enade. (Imagem: Reprodução da Internet)
Todos os cursos das FIC, exceto História, abriram uma disciplina específica voltada ao Enade para os alunos do 6º e 7º períodos (e 8º, no caso de Bacharelado em Sistemas de Informação). História, Geografia, Letras e Pedagogia optaram por aplicar simulados nessas turmas, a fim de testarem seus conhecimentos e treiná-los para a avaliação de novembro. Geografia, História e Pedagogia apostaram, ainda, em “aulões” para trabalhar os componentes de Formação Geral e Formação Específica para o Enade. Durante diversos sábados, até o início de novembro, professores estarão disponíveis para retomar e reforçar conhecimentos já trabalhados em sala. Alunos de todos os cursos podem participar dos aulões, principalmente aqueles voltados para a Formação Geral. A programação completa está disponível pelo seguinte link: http://migre.me/lvGsk.
O portal da FEUC na internet também está com uma área dedicada ao Enade. Na aba “Principal” da páginawww.feuc.br, o internauta encontrará a opção “Enade”, onde poderá conferir diversas informações a respeito da avaliação e baixar provas e gabaritos de edições anteriores.

Professora Drª. Renata Gomes: Uma fã de literatura e cinema

Uma fã de literatura e cinema


Renata Gomes — a ‘Glória Maria da educação’ — é professora de inglês e vice-coordenadora do curso de Letras
Por Tania Neves
emfoco@feuc.br
Renata Gomes defendeu em junho sua tese de doutorado. (Foto: Gian Cornachini)
Renata Gomes defendeu em junho sua tese de doutorado. (Foto: Gian Cornachini)
Foi nas salas de aula das FIC que a professora de inglês Renata de Souza Gomes teve o insight do que viria a ser o seu tema de pesquisa no doutorado em Linguística Aplicada, que ela defendeu em junho passado no Programa Interdisciplinar de Linguística Aplicada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O título, ela chama a atenção, “parece até enredo de escola de samba”: “Estudo sobre possíveis ressignificações de A Streetcar Named Desire, de Tennessee Williams, na sala de aula de literatura dramática em um curso de Letras”. Trocando em miúdos, Renata investigou o quanto a literatura circula de forma mais fluente quando adaptada ao cinema.
“Quando comecei a dar aulas na faculdade, em 2009, já explorava essa interação entre literatura e cinema, levando à sala de aula versões cinematográficas de textos estudados, para estimular o interesse dos alunos. E foi essa experiência que acabou moldando a tese”, conta Renata, que também é vice-coordenadora do curso de Letras. De tanto ouvir questões do tipo “Se vi o filme, posso deixar de ler o livro?”, “Gostei mais do filme do que do livro” e “Acho que o diretor do filme corrompeu o sentido do livro”, a professora se interessou por investigar mais a fundo até que ponto o uso do cinema tinha o poder de alavancar o letramento crítico literário dos alunos, e para isso escolheu um autor de língua inglesa — o dramaturgo Tennessee Williams — e uma obra específica dele: a peça “Um bonde chamado desejo”.
Ela então formou três grupos focais de alunos: um que somente leu a peça, outro que apenas viu o filme e um último que leu a peça e viu o filme. E pôs todo mundo para debater, longamente. “Minha pesquisa consistiu em analisar essas falas, observando o modo como cada grupo construiu seu entendimento a partir do acesso que teve à obra, e de que maneira o cinema auxiliou nessa construção”, revela Renata. Segundo a professora, uma das principais conclusões da tese é que o uso do cinema na educação dá mais voz ao aluno, dessacralizando um pouco a literatura e tornando-a acessível a públicos maiores.
Especificamente no caso estudado, Renata observou que os estudantes se sentiram mais empoderados no campo literário, a partir da perspectiva de poderem atuar também como críticos: “Vendo que a versão cinematográfica era um modo de o diretor interpretar a obra literária, eles se permitiram também interpretar, o que é extremamente positivo no letramento crítico”, explicou a professora, que sempre sonhou fazer uma tese que não fosse engavetada depois. Para ela, os resultados obtidos apontam para a total pertinência da integração entre cinema e literatura na sala de aula: “Quando o professor se concentra apenas no estudo da crítica literária, o aluno se torna mero consumidor de teoria”, acredita.
Renata recebeu da FEUC uma plaquinha em homenagem à conquista profissional. (Foto: Gian Cornachini)
Renata recebeu da FEUC uma plaquinha em homenagem à conquista profissional. (Foto: Gian Cornachini)
Renata recebeu da FEUC uma plaquinha em homenagem à conquista profissional. (Foto: Gian Cornachini)
Renata recebeu da FEUC uma plaquinha em homenagem à conquista profissional. (Foto: Gian Cornachini)
Renata Gomes começou a cursar Letras muito cedo, aos 16 anos, e naquele momento ainda tinha uma pontinha de dúvidas sobre se deveria trocar para Jornalismo. Mas, quando teve a primeira aula de literatura de língua inglesa, as dúvidas se dissiparam: “Eu me encontrei, e na mesma hora disse: quero dar aula de literatura inglesa!”, conta a professora, fã de literatura e cinema, que além do ensino superior leciona também no básico, dando aula de língua inglesa em uma escola municipal.
O longo período de pesquisa no doutorado, somado ao trabalho diário e a problemas de saúde vividos em família, tornaram Renata meio reclusa nos últimos tempos. Tem poucos meses que ela voltou, timidamente, a se entregar a alguns prazeres, como sair com os amigos e pôr o cinema em dia. Para o futuro, os planos são ao mesmo tempo simples e trabalhosos: profissionalmente, fazer um pós-doutorado em letramento literário; na vida pessoal, aprender a cozinhar, construir sua casa e… casar — não necessariamente nesta ordem: “Não sei fritar um ovo!”.
E se o caro leitor sentiu falta da referência à idade da professora neste breve perfil, saiba que não foi por esquecimento de perguntar: “Eu não revelo! Sou uma espécie de Glória Maria da educação: ninguém sabe a minha idade. Meus alunos vivem fazendo apostas para descobrir. Então, se eu contar, acabo estragando um dos maiores prazeres deles”, despista a professora.